terça-feira, 2 de novembro de 2010
Sobre o violento e inconstitucional despejo da Ocupação Guerreiro Urbano e a necessidade de apoiarmos o Movimento Sem-Teto do Centro do Rio de Janeiro
Olá, estava ocupado e exausto ontem, retomo agora os informes.
A ocupação do prédio do INSS no Santo Cristo, que estava de 20 a 15 anos inutilizado, descumprindo sua função social, ocorreu na madrugada de domingo para segunda-feira. O segurança não estava presente no local, depois se descobriu que ele havia ganho dispensa devido às eleições. Tudo ocorrera em paz.
Por volta das 8:30 da manhã a Polícia Federal e a Polícia Militar chegaram à Ocupação Guerreiro Urbano, arrombando as portas, quebrando correntes e cadeados. A ação foi realizada por um delegado e policiais que NÃO USAVAM SUAS IDENTIFICAÇÕES e ESTAVAM SEM MANDADO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, conforme exige a lei referente à ocupação de imóveis abandonados. Militantes que requisitram que o delegado se identificasse tiveram fuzis apontados para os seus corpos e foram atingidos por spray de pimenta. Tanto o comandante (da PM) e o delegado (da PF) não se identificaram.
Os policiais militares que ficaram no local fazendo a segurança do prédio, após o desalojo, apontavam metralhadora contra um grupo de sem-tetos e militantes pacífico e desarmado, entre os quais haviam senhoras de idade, bebês e gestantes.
O evento foi divulgado em blogs e no CMI (http://pelamoradia.wordpress.com/2010/11/01/ocupacao-guerreiros-urbanos-sofre-despejo/ e http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2010/11/480168.shtml)
Passei ontem pela tarde no seminário internacional do Enlace (corrente do PSOL), que ocorria aqui no Rio, para entrar em contato com representantes dos mandatos de Chico Alencar e Marcelo Freixo. Ambos se comprometeram a divulgar o evento nos boletins de seus respectivos mandatos, bem como fazer falas na Câmara de Brasília e na ALERJ para criticar o absurdo ocorrido. Uma matéria também deve sair no jornal Brasil de Fato. Um militante do PT se comprometeu a levar essa questão à direção estadual do partido, ao deputado Luíz Sérgio (presidente do PT-RJ) e ao mandato do deputado Alessandro Molon. Aguardamos..., afinal, não barramos Serra nas urnas à toa.
Quem puder contribuir para a divulgação do ocorrido nos órgãos da imprensa, ampla, estudantil, sindical, partidária, etc, estará contribuindo para que este caso ganhe visibilidade e um novo absurdo autoritário e anticonstitucional como esse não volte a ocorrer. Militantes experientes nunca tinham presenciado uma desocupação tão truculenta e, repito, ilegal, Anti-Constitucional. O choque de "ordem" mostrou que sua sanha repressiva é capaz de desrespeitar os limites institucionais. A PF e a PM rasgaram a Constituição Federal nesta ação truculenta e anticidadã.
Também saiu uma matéria no jornal Extra, com o discurso típico de criminalização dos movimentos sociais. Ocultaram notícias fundamentais, como o desarmamento dos militantes e ocupantes e a ilegalidade da ação policial. Organizações Globo, era de se esperar... http://extra.globo.com/rio/materias/2010/11/01/policia-expulsa-cerca-de-100-ocupantes-de-predio-em-santo-cristo-onde-havia-posto-do-inss-922927522.asp e
http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/11/01/policia-expulsa-cerca-de-100-ocupantes-de-predio-em-santo-cristo-onde-havia-posto-do-inss-922926848.asp
Reforço a importância da solidariedade de todos ao movimento sem-teto do Centro do Rio, que sofre em um momento de fortalecimento da repressão estatal.
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2 comentários:
Um absurdo mesmo. Só um comentário. Onde se lê
"Tanto o delegado (da PM) e o comandante (da PF) não se identificaram."
deveria estar escrito ao contrário:
Tanto o delegado (da PF) e o comandante (da PM) não se identificaram.
Valeu Eduardo, correção da distração já está feita.
Que os delegados da PF e os comandantes da PM respeitem as regras democráticas.
O respeito à democracia permite a conquista de direitos fundamentais, como a moradia.
Acretido que a ampliação da democracia é melhor caminho para a construção da cidadania no Brasil.
Ninguém quer mais ver esse tipo de ação violenta e ilegal no Rio de Janeiro.
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